PARALISAÇÃO

– Professora, que tal uma publicação sobre essa paralisação dos caminhoneiros? Acho que algo não político e com enfoque nas empresas familiares mostra que nosso grupo está de olho no que está acontecendo no país.
Ah essa juventude, sempre nos tirando da zona de conforto! Quem me conhece sabe o quanto eu ODEIO falar de política. Prefiro guardar para mim minhas convicções. Melhor calar do que ser pedante.
E sim, esta é uma questão política.
Mas também econômica, estratégica, estrutural e cultural. Como conseguir “dar conta” de uma questão tão complexa sem criar um sofisma? Como não se repetir diante da chuva de comentários e informações vindas de especialistas de várias áreas do conhecimento? Como apresentar uma contribuição que esteja em plena consonância com a missão do grupo, levando informação útil e relevante ao nosso público-alvo?
Eita situação difícil. Mas vamos lá. Pelo menos eu tentei!
Paralisação: um substantivo feminino que nos remete à ideia de greve e de interrupção e, por isso, carrega em si, uma certa negatividade. É também antônimo de movimento e, é exatamente essa parte que eu quero focar.
O movimento é a ordem natural das coisas (e nem precisa ser físico para saber disso!), mas todos nós, em algum momento da vida, precisamos parar e repensar nossos sonhos e objetivos. As empresas para se manterem competitivas precisam parar e corrigir a sua rota, em prol da sustentabilidade.
Um país não foge à regra. E acredito que o momento presente é bem propício para isso.
Não tivemos nossa própria revolução, como a França por exemplo, para nos firmarmos como nação e mostrarmos aos governantes “quem manda e quem serve”. Continuamos aceitando passivamente não só o patrimonialismo político, que detona as finanças públicas, como também o empresarial. Ou você acha que já nos libertamos dos coronéis?
É claro que a maior parte dos empresários “mata um leão por dia” para pagar os impostos, honrar seus funcionários e cumprir os compromissos assumidos junto a clientes e fornecedores, mas infelizmente tem aquela parcela que age como abutre à caça da carniça (leia-se privilégios) e coloca tudo a perder. Triste situação!
Mas, não vou aqui ficar apontando os erros dos outros. Muito menos propor soluções mirabolantes para a crise. Isso tem aos montes.
Vou aproveitar esta paralisação e olhar para o meu próprio umbigo.
Sim, a despeito de tudo e todos: EU TENHO RESPONSABILIDADE.
E por isso vou aproveitar esse momento para reconhecer que muitas, e muitas vezes, agi de forma egoísta, e não fui a cidadã que este país mereceria ter.
Vou me esforçar para fazer bem-feita a parte que cabe a mim como partícula da sociedade.
Vou aproveitar esta oportunidade e agir movimentando-me em direção à coletividade.
Termino este texto parafraseando uma das figuras brasileiras que soube como ninguém agir assim e é um exemplo para todos nós, independente do credo:
“Ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo. Mas qualquer um pode recomeçar e fazer um novo fim” Chico Xavier
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