Empreendedorismo Feminino

A evolução da participação das mulheres no empreendedorismo e o destaque que o tema vem ganhando no âmbito acadêmico e nas esferas governamentais e privadas é algo notório.
A título de exemplo destaco no Brasil a Rede Mulher Empreendedora (RME), plataforma de apoio ao empreendedorismo feminino, que busca empoderar empreendedoras economicamente, garantindo sua independência financeira e de decisão sobre seus negócios e suas vidas. A RME foi idealizada em 2010 no “Programa Dez Mil Mulheres da FGV” e conta com apoio de empresas como Google, Natura, Avon entre outros.
Embora esta evolução esteja ocorrendo e mais mulheres estejam empreendendo percebe-se, conforme dados do GEM (2017), que as mulheres são maioria (51,5%) nos empreendimentos iniciais (que possuem até 42 meses). Já nos negócios estabelecidos (acima de 42 meses) a situação se inverte e os homens representam uma parcela de 57,3% dos empreendedores, contra 42,7% de mulheres. Um dos fatores alegados pelas mulheres que atrapalham a continuidade dos empreendimentos é a dificuldade em conciliar as demandas organizacionais e familiares.
Apesar da opção por empreender pareça proporcionar à mulher uma maior facilidade em conciliar vida profissional e familiar quando comparada à carreira em ambiente corporativo, isso nem sempre acontece. Ter um negócio próprio permite uma maior flexibilidade à mulher em relação ao horário de trabalho, porém o número de horas trabalhadas é elevado.
Assim, para minimizar ou eliminar o conflito trabalho-família a empreendedora pode acabar optando por não constituir família ou constituir uma família pequena e buscar auxílio de terceiros para as tarefas de casa ou da empresa, podendo essas pessoas serem ou não do âmbito familiar.
É importante salientar também que na tentativa de conciliar os múltiplos papéis (mãe, profissional, esposa e gestão do lar) a empreendedora muitas vezes lida com sentimento de frustração e culpa, sendo de grande importância, nesses momentos, o aporte emocional família.
Os desafios ainda são muitos, mas o empreendedorismo feminino é fator decisivo para o efetivo fortalecimento das economias e o impulsionamento dos negócios em nível mundial.
Eu sou apaixonada pelo tema empreendedorismo feminino, realizo pesquisas sobre o assunto e atualmente faço parte do Uberhub Mulher uma rede instituída há poucos meses em Uberlândia-MG, que apoia o empreendedorismo feminino com foco em tecnologia, setor com ainda poucos negócios liderados por mulheres, mas isso fica para um próximo post…
Até mais!
Referências: GEM. Global Entrepreneurship Monitor. Empreendedorismo no Brasil 2016. Curitiba: IBQP, 2017.
Rede Mulher Empreendedora: redemulherempreendedora.com.br/
Uberhub Mulher: https://www.facebook.com/groups/UberHubMulher/about/