A PROFISSIONALIZAÇÃO NO AGRONEGÓCIO FAMILIAR

É muito comum encontrarmos, nas organizações familiares de pequeno e médio porte, gestores mais ocupados com o operacional da empresa do que engajados com as questões estratégicas que colocam em risco a sobrevivências da firma.
Quem convive com esses gestores sabe que eles “matam um leão por dia” e gastam boa parte de seu tempo e sua energia “apagando os incêndios” do dia-a-dia.
E isso não é apenas uma percepção, estudos desenvolvidos por diferentes instituições, como o SEBRAE e a FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS, por exemplo, apontam que os empresários brasileiros, mesmo aqueles que já atuam há mais de dez anos no mercado, de modo geral, não consideram a profissionalização da gestão como um item primordial para a competitividade organizacional.
Talvez essa crença seja a verdadeira explicação para alto índice de mortalidade das empresas de micro, pequeno e médio porte, que beira os 70%. Enquanto tivermos empresários que não acreditam nos benefícios da profissionalização, estas estatísticas tornarão a se repetir.
As teorias da administração, com sua evolução, também nos ensinam que não é possível que as empresas se comportem da mesma forma como no início da Revolução Industrial, em que a adoção de uma estrutura mecanicista e o domínio das técnicas padronização do trabalho e de produção em massa acabavam garantindo o “bom” desempenho da organização.
O ambiente competitivo atual não é mais estável e previsível, pelo contrário, é mutante e globalizado, trazendo para os negócios de pequeno e médio porte a necessidade de profissionalização e visão estratégica.
Vivemos hoje na era da criação e compartilhamento de conhecimento. As organizações devem desenvolver a capacidade de “aprender a aprender”, sendo o capital humano o principal recurso para o desenvolvimento desta competência essencial.
Nesse contexto, ser uma organização profissional significa ser capaz de selecionar e reter os talentos que verdadeiramente vão agregar valor aos processos, produtos e serviços ofertados pela empresa, por meio de políticas e estratégias de gestão de pessoas, e que efetivamente serão capazes de executar as mudanças requeridas para a manutenção da competitividade.
Mas será que as empresas familiares serão capazes de se tornar organizações profissionais de forma efetiva?
A resposta é sim.
Mas o caminho não é tão fácil, pois requer que os gestores das empresas familiares estejam verdadeiramente dispostos a mudar as crenças que seu orientaram comportamento empresarial imediatista por tantos anos, e que estejam absolutamente comprometidos a fazer com os valores focados na profissionalização sejam incorporados à cultura e absorvidos pelos membros da organização.
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