TREINAMENTO: CENTRO DE CUSTO OU DE COMPETITIVIDADE?

Treinamento é um assunto aparentemente simples, mas na realidade trata-se de uma temática bem complexa e de difícil efetividade por parte das organizações. Isso acontece devido à falta de conhecimento acerca de ações instrucionais por parte dos profissionais que atuam na área de Recursos Humanos, que em sua grande maioria, são oriundos da Administração de Pessoal, setor responsável pelos processos regulatórios. E, para lidar com o tema, se exige competências desenvolvidas quanto ao comportamento organizacional e humano e a aprendizagem humana.

Vale ressaltar que a área de Recursos Humanos apresenta duas vertentes de atuação: a Administração de Pessoal, que zela pelas questões de ordem trabalhista e de pagadoria, e o Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO) que cuida de ações de alinhamento entre os objetivos organizacionais e o propósito de vida das pessoas, e é onde as necessidades de treinamento estão inseridas.

Diante deste entendimento, as empresas familiares necessitam saber que para dar os passos de desenvolvimento organizacional, é preciso sair da fase pioneira (o impulso do fundador) para galgar as demais: a diferenciação (busca da competência), a integrativa (construção e vivência de visão compartilhada do negócio), e a associativa (visão ampliada da importância e impacto da rede); para isso, requer investimento em desenvolvimento humano por meio de ações educacionais atreladas aos objetivos corporativos.

Desenvolver pessoas necessita de diferentes ações de Treinamento, Desenvolvimento e Educação (TD&E) tais como: a educação formal (cursos técnicos, graduação e pós-graduação), os programas de desenvolvimento (aquisição de novos conhecimentos com vistas à carreira), os treinamentos (atividades educacionais voltadas ao cargo atual), e a instrução e informação (orientações sobre as rotinas de trabalho).

Contudo, para o real levantamento das necessidades de treinamento (LNT), a empresa familiar precisa ter feito a sua arquitetura que se desdobra na estrutura organizacional, estruturas departamentais, análise de cargos (descrição e especificações), avaliação de cargos, estrutura salarial e de carreira.

Você pode perguntar: Por que tudo isso?

A base do treinamento está no mapeamento corporativo que aponta as lacunas de perfil do ocupante do cargo quanto à qualificação necessária para a eficiência do desempenho das atividades. E, os instrumentos que apresentam um raio X são: a análise de cargos e a avaliação de desempenho. Esta última deve ser capaz de analisar a performance comportamental, e principalmente, as entregas das responsabilidades que constam na descrição de cargos, e este é o efetivo contrato de trabalho, que na maior parte das empresas inexiste.

É fundamental destacar que os membros da alta administração da empresa familiar tenham a consciência da dinâmica tratada aqui, para poder identificar profissionais da área de DHO que os apoiem na condução da manutenção da competitividade do negócio, e que só é possível se houver colaboradores competentes em seus departamentos.

O desempenho competente é a somatória das competências do indivíduo, da infraestrutura e da motivação humana, e na ausência de um destes elementos, a entrega deixa de acontecer. E, dentro do assunto deste post, as ações de treinamento são válidas e aplicadas na aquisição de conhecimento e desenvolvimento de competências do profissional, os demais itens são de outras naturezas e solucionáveis por outros meios.

A clareza das diretrizes de uma empresa familiar é fundamental para a efetiva estrutura de Treinamento, Desenvolvimento e Educação (TD&E), base para a sustentação da competitividade do negócio.

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