SERIAM OS LÍDERES OS MAIS RESISTENTES ÀS MUDANÇAS NAS EMPRESAS FAMILIARES?

O ambiente econômico para as empresas se apresenta em mudanças constantes e contínuas em todos os aspectos: tecnológico, mercado, hábitos do consumidor etc. Estas mudanças exigem das empresas e de seus lideres a capacidade de manterem-se atentos e, principalmente, adquirir a capacidade de adaptação às novas realidades a serem enfrentadas.
A natureza humana, entretanto, é muitas vezes ambígua e ilógica, pois os seres humanos gostam da regularidade, da estabilidade com criação de hábitos; e esta característica cria sérios obstáculos às mudanças que se fazem necessárias para garantir a sobrevivência das empresas.
Atitudes e comportamentos que sempre se mostraram eficientes no passado para o enfrentamento das dificuldades; muitas vezes começam a não dar os resultados esperados, e mesmo assim continuam a ser tentados, sem repensar o que efetivamente mudou ou está mudando.
Pode parecer estranho que alguém esteja interessando em não mudar, mas é exatamente isso que acontece, na maior parte das vezes, nas empresas familiares. Os líderes resistem às mudanças, como um mecanismo de resistência na manutenção de seu status-quo.
Os colaboradores e os membros mais jovens da família que estão trabalhando no negócio são mais receptivos às mudanças e aceitam com maior facilidade a experimentação de novos ambientes, novos produtos, novos mercados, etc.
Existem razões para isso, pois são os lideres que tem mais a perder com as mudanças do que seus colaboradores; este apego ao status-quo, na repetição das atitudes e decisões, cria uma ilusão de que os anos de sucesso podem afastar os grandes riscos e as mudanças levam ao desconhecido e à incerteza.
O poder nas empresas representa a principal explicação para esta resistência dos lideres com as mudanças, e quem lidera não gosta de ver seu comando diminuído ou transferido para outrem.
Ainda, o prestígio que foi adquirido na comunidade social ou no meio empresarial cria nos lideres um apego viciante para preservar uma autoimagem que foi construída ao longo de muitos anos e até com muito sacrifício.
Os privilégios dos líderes e seu círculo de relacionamentos interpessoais cria um mecanismo de proteção contra eventuais mudanças; as pessoas tomam gosto pelo poder e suas benesses e relutam, mesmo que inconscientemente, em abrir mão desta primazia, muitas vezes sabotando as iniciativas de mudanças que são necessárias.
Finalmente, que Poder, Prestígio e Privilégio constituem uma verdadeira tríade nos líderes que barra e dificulta a implementação de mudanças nas empresas. A reflexão sobre estes apegos, em contraposição à necessidade de mudanças e inovações constantes; faz-se necessária em todas as empresas, em especial das empresas familiares, que normalmente mantém um forte componente da visão arraigada do fundador. Ainda que a transmissão de poder nas empresas familiares normalmente se dá por consanguinidade, e não necessariamente pela meritocracia.
Superar este dilema, com certeza, contribui para o sucesso e a perpetuação das empresas familiares para que sejam rentáveis e inovadoras.
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