O Dilema da Sucessão na Empresa Familiar

Para o fundador de uma empresa familiar é algo muito óbvio ver seus herdeiros como os seus sucessores naturais na gestão do negócio que eles criaram. Mas sabemos que na prática as coisas não acontecem desta forma: estudos apontam que apenas 30% das empresas bem-sucedidas sob a gestão de seu fundador passam para a segunda geração e, deste percentual, apenas 50% conseguem chegar à terceira.
Estatísticas alarmantes, não?
O fato é que, embora o fundador tenha expectativas altas em relação à sucessão no âmbito familiar, o processo é normalmente negligenciado ao longo do ciclo de vida de uma empresa familiar.
Ninguém dá muita importância até que a sucessão aconteça subitamente pelo falecimento ou afastamento involuntário do fundador, causando danos emocionais, empresariais e patrimoniais.
Um processo sucessório mal executado compromete desempenho e a competitividade da organização familiar, podendo leva-la à perda de lucratividade e até mesmo à falência.
Dentre os erros considerados “clássicos” destacam-se o nepotismo e a inexistência de um planejamento sucessório adequado.
No primeiro caso, é muito comum ver herdeiros e/ou familiares despreparados tecnicamente sendo designados para assumir funções gerenciais. Essas pessoas são, normalmente, escolhidas por “serem de confiança”, mas não possuem os conhecimentos necessários para a tomada de decisões racionais e eficientes, nem as habilidades interpessoais necessárias para exercerem uma liderança propositiva a fim de compelirem as pessoas a alcançarem os objetivos da empresa.
No segundo caso, a ausência e/ou a inadequação do planejamento de sucessão, acaba gerando diversos conflitos de interesses, enfraquecendo a estrutura societária, a hierarquia e os mecanismos formais de controle e abrindo espaço para a tomada de decisões voltadas ao atendimento de interesses pessoais de certos familiares e não para benefício da organização.
O processo de sucessão é complexo, não só porque implica na transferência de poder e, mas fundamentalmente porque envolve a implantação de um pacote de mudanças organizacionais que devem ser assimiladas pelos familiares e pelos empregados, fortalecendo a cultura da organização; devendo, portando, ser tratado com muita atenção e planejamento.
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