O que engorda o boi é o olho do dono?

Essa frase dificulta a continuidade do agronegócio por parte de herdeiros da geração Y – os nascidos de 1980 até 95. Essa geração, em boa parte, não tem a mesma disponibilidade de seus ancestrais para “ficar de olho nos bois”, gerir com presença física.
A geração Y não está disposta a ficar horas em lombo de cavalo, assento de trator ou outro utilitário. Com isso, ao assumir o negócio da família, tende a se tornar ex proprietário rural, justificando a frase do pai rico, filho nobre e neto pobre.
Mas algo está acontecendo com a chamada geração Z, os millenials, nascidos de 95 em diante. Eles, ao contrário dos pais, voltam a se interessar por assumir os negócios familiares, com destaque os do agro. Tanto que, em muitos casos, a gestão passará dos Baby boomer e X, os nascidos de 1945 a 1980, direto para a Z, pulando a Y, ou seja, de avós para netos.
Os millennials conseguem corresponder àquela fundamental exigência – ficar de olho na fazenda, independente do que ela produz, da empresa, de maneira muito melhor e mais efetiva do que qualquer geração até hoje o fez.
E o podem fazer de qualquer parte do mundo. A tecnologia disponível para isso e em utilização, há bem poucos anos, seria considerada ficção científica. Podem monitorar, em detalhes, não só os bois, mas também qualquer atividade sendo executada. Conseguem analisar todo o centímetro quadrado da lavoura e ainda sendo orientados por algum dispositivo. E melhor do que qualquer capataz o faria, por mais qualificado que seja. Isso e muito mais, hoje faz parte do dia a dia do agronegócio.
A geração que melhor lida com isso, com a vantagem dos avós se fascinarem através deles pelo que é oferecido e como fazem, é a Z. Avós sempre se entenderam melhor com netos do que com filhos, independente da atividade e da época histórica. Bem claro, se entendem bem com a geração Z e não a z, os mimizentos, ou snowflakes, como também são conhecidos os criados de maneira superprotegida e, por isto, incapazes de enfrentar adversidades. Os chorões tendem a ser desprezados, não só pela vida, mas em especial pelos avós.
O desafio do agro e sua continuidade na família empresária, agora não é mais do portão para dentro da propriedade, em olhar o boi engordando, em checar como o plantio está ocorrendo ou a cultura evoluindo. O desafio agora é a dinâmica familiar e de gestão do negócio – antes da porteira.
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