A arte de formar um bom conselho empresarial

A família empresária decide constituir um Conselho, mas como não tem experiência no assunto resolve buscar um conhecido com muita prática no tema para ter uma melhor orientação.

Ficou patente que para se ter uma boa reunião de Conselho, a análise dos resultados econômicos financeiros do negócio são muito importantes. Estes poderão ser apresentados de forma simples, mas precisam ser exatos para permitir uma avaliação baseada em dados confiáveis. Interessante também é trazer à reunião dados de desempenho da produção e produtividade entre outros. Mas não adiantam bons relatórios se nem todos sócios ou membros da família sabem ler os números e interpretá-los. Alguns provavelmente têm outra formação acadêmica ou experiência de vida longe do mundo dos negócios.  Faz se, portanto, necessário que os membros do Conselho que não entendem números recebam aulas ou frequentem cursos para adquirir os conhecimentos necessários. É muito mais simples do que se pensa e todos deverão saber do que se está falando.

Não são apenas os membros da família que trabalham no negócio que deverão participar do Conselho. Ao contrário! Principalmente aqueles que são apenas sócios ou futuros herdeiros controladores e que não trabalham nos negócios da família é que devem ter voz ativa nas reuniões de conselho, pois são tão “donos“ do negócio quanto aqueles que trabalham no negócio. Decisões de cunho tático e estratégico deverão passar pelo crivo de todos os sócios.

A família não deve ter receios de convidar uma pessoa de fora, conselheiro independente ou externo para fazer parte do Conselho. De preferência não convidar um amigo, parente, advogado da empresa ou contador. O membro externo deveria ser alguém com total liberdade de expor suas ideias e opinar a respeito do que se está discutindo, sem medo de perder o cliente ou criar rusgas com parentes ou amigos.  Pessoalmente sugiro que uma pessoa da área de análise financeira seja inicialmente convidada. Num segundo passo, um generalista ou alguém com vivência empresarial deveria se juntar ao grupo de conselheiros. Duas pessoas de fora fazem um bom número para qualquer Conselho.

Importante escolher um coordenador. Ele deverá preparar a pauta dos assuntos a serem discutidos com o presidente do Conselho e elaborar as atas de reunião. Atenção deverá ser dada aos assuntos a serem discutidos. É uma tendência em âmbito mundial, que os conselheiros gostem de analisar o desempenho do negócio e se debruçar sobre algum problema do dia a dia.  Ao contrário! Os conselheiros deveriam mergulhar em assuntos táticos e sobretudo estratégicos, com os pensamentos voltados para o futuro do negócio. O objetivo final é que a empresa cresça de forma saudável e sobreviva no ambiente cada vez mais disruptivo e revolucionário da economia 4.0. Portanto, o coordenador deverá deixar de lado ao elaborar a pauta, assuntos de cunho familiar e meramente operacionais e buscar uma pauta eminentemente tática – estratégica.

Vale também à pena convidar de tempos em tempos um especialista em alguma área afim do negócio para dar uma palestra, e incitar o debate. Trazer ideias de fora enriquece o conhecimento dos conselheiros que têm por obrigação zelar pelo crescimento e desenvolvimento do negócio.

 

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