Conversas ao Pé do Fogo

O “Fogo” utilizado, dentre outras coisas, para cozinhar e esquentar, foi o elemento aglutinador das interações em forma de círculo, na história da humanidade. Segundo Carl Gustav Jung, o círculo faz parte do inconsciente coletivo, experienciado por diversas culturas em diferentes partes do mundo, em diferentes épocas.
A “Conversa Circular” é um importante instrumento que permite interações mais profundas em empresas, escolas, universidades, reuniões de grupos de interesse e reuniões comunitárias. Quando conduzidas de forma inclusiva e cuidadosa, permitem um alto grau de entendimento entre os participantes e, portanto, incentiva a confiança e a criatividade do grupo.
Christina Baldwin, em seu livro – Calling the Circle: The First and Future Culture, nos ensina uma metodologia de respeito à espiritualidade inerente ao ser humano, através do diálogo em círculo.
Algumas regras são simples, como escutar com atenção e falar com intenção, que se traduz em escutar o que o outro fala ao invés de preparar uma resposta pronta.
Quando falar, deve-se dar aprofundamento ao assunto que está circulando, ter a sensibilidade para saber quando ele já se esgotou e então seguir em outra direção.
É importante escolher um “guardião” do círculo, que estando de fora, intervém para manter as regras estáveis. Com o tempo, os participantes do círculo vão se habituando com este método e o papel do guardião torna-se dispensável.
Cada reunião do círculo deve ter um propósito, um assunto, uma preocupação do grupo ou de um de seus membros. Este propósito é trazido a cada reunião por uma pessoa diferente, que ao colocar sua fala, deposita no centro do círculo um objeto que traz uma imagem de conexão do grupo ao assunto abordado. O centro funciona como um eixo de roda de bicicleta, mantendo unida a borda, de forma coesa.
Com novas roupagens, com novos propósitos, com novas imagens, continuamos a praticar as “conversas ao pé do fogo” de nossos ancestrais, o que evoluiu foi talvez a consciência de quem nós éramos e o que nos tornamos.
Em empresas familiares, saber o momento certo para escutar e para falar é muito importante. Abordar um problema e resolvê-lo com a equipe é primordial para o sucesso da empresa. Muitas vezes deixar de trazer assuntos relevantes para o “centro” do grupo, faz com que a união entre a equipe se dissolva. Nestes momentos, a ajuda de profissionais capacitados pode facilitar o desenvolvimento da comunicação na equipe e fortalecê-la novamente.
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