Ano Sabático

Considero que muitas pessoas já ouviram falar ou até mesmo realizaram o chamado “Ano Sabático”, um conceito eminentemente individual, que parte do pressuposto da existência de mudanças, uma constante no mundo e em nossas vidas. Normalmente ocorre quando os indivíduos precisam tomar decisões importantes para si, como mudar de emprego, escolher caminhos nos estudos, constituir uma família, etc.;

Este momento sabático normalmente acontece de um modo planejado e organizado, permitindo que as pessoas possam sair de suas rotinas diárias, recolhendo-se em um local distante e diferente, e por lá permanecer por um período mínimo de seis meses, para poder refletir, planejar, repensar a vida, as relações pessoais e finalmente decidir por um caminho a ser seguido.

O momento atual que vivemos, neste confinamento compulsório de uma pandemia global de saúde pública, pode-se comparar com um Sabático Coletivo, mas com diferenças fundamentais, pois agora não tivemos tempo de planejar nossa entrada, tampouco temos controle de quanto tempo vamos ter que ficar privados de nossas rotinas e até mesmo de como será nossa vida pós-pandemia.

Desta situação vai emergir um ambiente totalmente diferente, em que não se tem ideia se será melhor ou pior. A maior parte das pessoas pretende retornar as rotinas de vida e de trabalho que estavam acostumadas. Os seres humanos não gostam de incertezas, preferem a previsibilidade, mas será vamos encontrar um mundo igual aquele antes da pandemia?

Desconfio fortemente que o mundo mudará, com a convicção que a morte e as mudanças são a únicas certezas da vida. Sem ser profeta, acredito que estamos saindo de um momento individualista, em nossas relações, e passando por uma fase de construção de relações que serão mais coletivas e solidárias; com reflexões voltadas para o social, o meio ambiente e a sustentabilidade.

Entretanto, os novos aspectos de relações que começamos a vivenciar, devem impactar profundamente as maneiras de fazer negócios, de trabalhar, de relacionamento profissional e pessoal. Todas estas incertezas começam a trazer grande preocupação individual e coletiva.

Finalmente, no ambiente empresarial, principalmente no da pequena e média empresa, os princípios e conceitos não mudaram. A análise e o planejamento estratégico, os instrumentos de gestão e controle, mais do que nunca, estes fundamentos devem ser utilizados como ferramentas de adaptação aos novos tempos. Nestas situações, lembremo-nos que do limão se faz uma limonada e quando não for possível, uma caipirinha para brindar a vida.

 

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