Separação entre a pessoa pública e a pessoa privada

Boa parte do público atualmente atendido por nós, do CEPECAF, é composto por empresários, de empreendimentos urbanos ou rurais, que visam melhorar sua atuação no mercado. Para tanto, buscam o apoio de nossa equipe.
Ao longo dos últimos anos, porém, observamos um fenômeno curioso – o quanto há uma confusão entre o perfil profissional e o “pessoal” das empresas.
Como assim?
Bom, explicando melhor:
Uma organização, independente do seu porte, tem como função oferecer produtos e serviços ao seu público-alvo. Essa entrega deve ser realizada mediante alguns fatores-chave (como honestidade, confiabilidade, qualidade do produto/serviço prestado, bom atendimento, atendimento a legislação vigente, dentre tantos outros). Para tanto, a empresa e seus demais stakeholders devem pautar sua atuação com foco no profissionalismo, imparcialidade e cordialidade em suas relações.
O empresário e as pessoas que nele trabalham representam o que é a empresa. Por isso, a conduta de proprietários, funcionários e demais envolvidos diretamente com a empresa deve se pautar pelo melhor atendimento do seu público-alvo, busca de melhoria contínua de processos e a divulgação de valores éticos.
Nesse sentido, a empresa e seus representantes devem considerar a divulgação de seus princípios de atuação, produtos/serviços oferecidos, informações sobre atendimento como ponto prioritário. Canais de comunicação (Instagram, Facebook, WhatsApp, Twitter, Youtube, etc) utilizados pela organização devem também seguir essa linha, sofrendo o risco de serem mal interpretados por seu público consumidor.
Isso não significa, porém, que proprietários, sócios e demais funcionários devam se “anular”, não comentando ou postando nada relacionado às suas opiniões. Longe disso.
Porém, nessas situações, recomenda-se ao profissional a exposição de suas ideias em perfis específicos, desvinculados da empresa. Afinal, a empresa tem uma funcionalidade, e esta funcionalidade não deve ser confundida com o reforço de opiniões e ideias de seus representantes (ainda mais, quando polêmicas).
Empresas são criadas para durarem por tempo indeterminado. Uma das diversas formas pelas quais grandes e antigas empresas permanecem no mercado é justamente a capacidade de separar os interesses e opiniões pessoais de seus gestores e as políticas de conduta da empresa. É por esse motivo que, por exemplo, a Nike cancelou seu contrato de divulgação junto ao atleta Oscar Pistorius, após ele ter sido acusado judicialmente pelo assassinato de sua então namorada. Ou, em uma menor escala, os famosos influencers, que são “cancelados” por marcas após se envolverem em polêmicas.
Pense – o que vale a pena? A manutenção e continuidade da empresa ao longo dos anos (ou décadas) ou a satisfação momentânea pela expressão de um ponto de vista ou informação, que pode se revelar incorreto – ou mesmo, afastar seu cliente?
Vamos refletir a respeito? Se trata de um grande exercício às empresas, grandes ou pequenas, que tentam continuar relevantes em um mundo cada vez mais conectado e com maiores demandas por boas práticas.
Boa sorte e até mais!
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