ESG: a chave para o sucesso do agronegócio

Nas últimas cinco décadas, ganhou importância o tema da sustentabilidade, principalmente em decorrência da percepção sobre a impossibilidade da manutenção dos padrões de consumo em função da limitada resiliência do meio natural planetário. Para o ambiente de negócios, trata-se de uma mudança importante, com impacto na avaliação da empresa por parte do mercado financeiro: consultores, bancos e fundos de investimento.
Antes, a visão que predominava era de se olhar somente os indicadores financeiros. Porém, hoje isso mudou e esses agentes passaram a olhar as empresas em outras frentes como meio ambiente, sociedade e governança.
Melhores práticas ambientais, sociais e de governança começaram a ser vistas com mais relevância pelos mercados, por estarem associadas a negócios sólidos e de boa reputação, baixo custo de capital, baixo risco financeiro e melhor adaptação contra riscos globais associados a clima e sustentabilidade.
De acordo com recente pesquisa feita pela consultoria Ernst&Young, “Does your nonfinancial reporting tell your value creation story?” (2017), os investidores estão cada vez mais focados em analisar informações de cunho socioambiental, que sejam subsídios importantes para suas tomadas de decisões na avaliação das empresas em busca de potenciais investimentos com boas taxas de retorno. São os chamados critérios “Enviroment, Social & Govenance” (ESG), que ajudam os investidores a obter informações daquelas companhias, na qual pretendem fazer aporte de capital.
Estas informações são obtidas pelo uso de métricas ambientais, que ajudam o investidor a entender o relacionamento da empresa com o mundo natural e a sua dependência de recursos naturais; métricas sociais, que ajudam os investidores a entender potenciais preocupações em relação a direitos humanos, relações trabalhistas, comunidades e com o público.
A sustentabilidade se tornou sinônimo de investimentos e negócios. Investidores institucionais que administram cerca de US$ 3,7 trilhões em ativos enviaram, recentemente, carta aberta ao governo brasileiro alertando sobre o aumento do desmatamento na Amazônia. Trata-se de mais um sinal de que grandes fundos institucionais não pretendem tolerar condutas que atentam contra os chamados padrões ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês).
O desenvolvimento sustentável emerge como desafio global fundamental. Implica em uma nova forma de gestão, cultura, pois os resultados econômicos não estão mais desatrelados dos impactos ambientais e sociais resultantes de qualquer decisão econômica tomada pela sociedade e pela empresa.
O mesmo princípio vale para empresas, propriedades rurais e instituições. O meio ambiente é um grande ativo, que precisa ser sempre considerado. Quanto melhor o desempenho socioambiental de uma propriedade rural, melhor será o resultado econômico. Isso porque esse produtor tende a ser um cliente com maior saúde financeira e, consequentemente, com menor risco para bancos, o que gera um efeito positivo ao financiamento dirigido a estes produtores rurais, com menores taxas de juros.
Além disto, os consumidores, por sua vez, também tendem a valorizar os produtos associados a boas práticas ambientais, mesmo que isto gere um maior valor agregado, ou seja, sustentabilidade é a chave para a saúde financeira do agronegócio e cada vez terá maior impacto na decisão dos investidores, mercados externos e mesmo mercados internos.
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