Especialização rumo ao Desenvolvimento Sustentável

O trabalhador do campo destina a maior parte da sua energia para garantir que a cultura se materialize e o retorno aconteça com a melhor relação possível entre investimento e produtividade.

Os fatores que despertam as maiores preocupações nos negócios agrícolas são em sua maioria relacionados ao clima e aos aspectos envolvidos no processo produtivo, como por exemplo os insumos e tratos.

Outros aspectos importantes são os mitigadores de riscos, implementados principalmente pelos maiores produtores, visando diminuir a probabilidade de perda, podemos citar o zoneamento agrícola, seguros e práticas de proteção de preço.

A inovação vem contribuindo muito para otimizar todo o processo produtivo e hoje é determinante quando o assunto é lucratividade, mas pelos custos envolvidos na aquisição e implementação de novas tecnologias, várias propriedades agrícolas ainda utilizam técnicas tradicionais, o que envolve maior dispêndio de mão-de-obra, escassa e sem qualificação.

A atualização constante dos conhecimentos é um diferencial para os trabalhadores de qualquer natureza. A apresentação e divulgação de novos métodos e alternativas inclusive financeiras, no setor estudado, será a única maneira de garantir que o produtor usufrua do melhor retorno possível para seus investimentos.

Concomitante às preocupações citadas anteriormente, clima e insumos, as quais fazem parte do dia-a-dia no campo, um fator surgiu para viabilizar o desenvolvimento do setor, o crédito rural, que de acordo com o Banco Central “foi criado no País em 1935. Durante 30 anos, sua gestão coube ao Banco do Brasil, por meio da Carteira de Crédito Agrícola e Industrial. Em 1965, o assunto passou à responsabilidade do Banco Central, com a implementação do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR)”.

O crédito é destinado a custear despesas dos ciclos produtivos, investimentos em bens e serviços, comercialização e industrialização. Atualmente é de fácil acesso e está disponível nos principais bancos do país.

“No Plano Safra 2020/2021, de acordo com o Governo Federal, foi disponibilizado “R$ 236,3 bilhões para apoiar a produção agropecuária nacional, valor 6,1% maior (mais R$ 13,5 bilhões) que o da safra anterior e o maior da história”.

Identificar o destino correto das linhas de crédito, de acordo com cada fase, bem como os aspectos citados anteriormente, faturamento, cultura produtiva, acompanhamento técnico, entre outros, será o ponto de partida para entendermos o ciclo financeiro do setor, as estratégias predominantes, os casos de sucesso e as possibilidades de melhoria.

A análise dos dados será a base para, através das informações segmentadas, propor um modelo que favoreça o crescimento sustentável e desenvolva aspectos de diferenciação mercadológica, abrindo caminho para iniciativas de qualificação e melhoria do trabalho no campo.

Precisamos nortear os estudos começando por elencar os principais benefícios que surgem com a utilização do crédito de maneira a fomentar o crescimento das agroindústrias e identificar possíveis gargalos que possam comprometer o ciclo, como o alto endividamento, a falta de acompanhamento técnico, a aplicação errônea dos recursos, os quais seguem uma lógica de aplicabilidade e são segmentados pelas fases do processo e de acordo com cada tipo de cultura.

A proximidade ao produtor, às agroindústrias, cooperativas, bancos, sindicatos e outros órgãos, aos quais possa interessar essas análise, será de extrema importância para listar aspectos a serem estudados, cuja viabilidade de acesso aos dados e ao foco da pesquisa dependerá do aval dos envolvidos nesse ciclo.

Despertar o interesse pelo assunto e buscar entender melhor a cadeia financeira da agroindústria é uma engrenagem que tende a favorecer as pesquisas nessa área, uma vez que é do interesse de todos garantir um crescimento sólido do agronegócio, utilizando-se de estratégias que vem sendo disseminadas em meio às empresas e que de acordo com o perfil dos brasileiros, ainda tem muito campo a se expandir, como por exemplo técnicas de fluxo de caixa, contratos de proteção de preço, hedging cambial, investimentos em mercado de futuros, derivativos, opções de compra e venda e diversificação de patrimônio em ações, mercado que tende a se expandir com o cenário atual de juros no menor patamar da história. Inúmeras portas tendem a se abrir.

Devemos caminhar entre algumas pontes que não podemos deixar de analisar quando o assunto envolve finanças, como a relação taxas de juros praticadas e retorno financeiro, balanços e crescimento, lucro e cultura produtiva, método de produção aplicado e maximização de lucros, produto final e agregação de valor.

Essas ligações serão a chave para buscarmos entender melhor o nível de profissionalismo e dedicação que é investido no agronegócios, que hoje é o fiel da balança comercial no nosso país. Temos então uma grande oportunidade de criar um alicerce para o crescimento sustentável, nos aproximando de práticas ideais de acordo com cada cultura produtiva, sendo assim um “start” para inúmeras análises que futuramente irão ocorrer.

Evidenciaremos responsabilidades em meio ao ciclo produtivo que podem estar atualmente “apagadas”, reduzindo o lucro, aumentando a carga de trabalho e direcionando as propriedades agrícolas e as agroindústrias a tortuosos trajetos.

 

 

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Autor participante:

Lucas Fernando Assaiante
Mestrando em Administração – UNESP Jaboticabal
E-mail: lucas.assaiante90@gmail.com